Poluição Luminosa: você já ouviu falar?

Engenharia Ambiental em Aracaju, SE

Poluição Luminosa: você já ouviu falar?

Poluição Luminosa você já ouviu falar

DRA. GABRIELA ALMEIDA [*]

O excesso de luz artificial pode ser prejudicial à sua saúde e de diversos animais.

Iluminação excessiva vista da estratosfera. — Foto: Google (SCOTT KELLY / Nasa)

Iluminação excessiva vista da estratosfera. — Foto: Google (SCOTT KELLY / Nasa)

Existem vários tipos de poluição ambiental, mas certamente uma das menos discutidas é a poluição luminosa que também tem diversos subtipos.

Mas afinal o que significa, como identificar e quais os malefícios que a poluição luminosa pode causar?

Poluição Luminosa, refere-se ao excesso de luz provenientes de fontes artificiais. Esta luz exacerbada pode vir de anúncios, da iluminação urbana e até em nossa casa.

Conseguimos identificar tais excessos no período da noite, quando principalmente em áreas urbanas percebemos em algumas cidades, muitas luzes, letreiros luminosos, etc.

 

Nas indústrias e faculdades com turnos noturnos, também se observam milhares de luzes acesas.

A radiação de luzes artificiais em períodos de exposição prolongadas sobre seres humanos, podem causar desequilíbrios celulares, inclusive câncer. Isso pode acontecer devido a quebra do que chamamos de ciclo circadiano que equilibra nosso ciclo biológico. Calma, vou explicar com mais detalhes: nosso cérebro tem uma programação para liberação e supressão de enzimas especificas para o dia e para a noite. Um exemplo é que durante o dia, é a enzima adrenalina que liberamos ao acordar que nos coloca em posição de alerta e estimula nossas ações. Já quando vai caindo o sol e a noite se aproxima, através da nossa íris o cérebro percebe que é hora de suprimir a adrenalina e liberar melatonina, por exemplo, que ajuda a dar sono para o corpo entender que é hora de descansar. Mas, aí em nossas casas ou trabalho temos que ficar exposto a diversos pontos de emissão de luz. Essa exposição, se prolongada, pode confundir o cérebro e ele reduzir a supressão de adrenalina, ou seja, inicia-se um desarranjo hormonal. Tal desordem pode causar a supressão de outras enzimas importantes e desencadear problemas de saúde.

Para animais e vegetais não é tão diferente, o excesso de luz artificial também pode ser prejudicial. Por exemplo, as tartarugas marinhas, quando eclodem, elas se orientam pelo brilho da luz lunar que reflete sobre mar, porém em alguns casos há tanto excesso de luz nas proximidades das áreas de desovas que elas se desorientam e tomam rumo contrario ao do mar e acabam por vezes morrendo, o que consequentemente aumenta o desequilíbrio da cadeia trófica e ecológica, entre outros desequilíbrios ambientais.

 

Bom, para amenizar o problema na saúde das pessoas é importante a adoção de medidas que reduzam a incidência direta do ponto de luz sobre o humano e a preferencia por luzes artificiais de baixa voltagem.

Já quanto as tartarugas, atualmente se exige os projetos luminotécnicos, que são projetos que não ofuscam a luz da lua e não prejudicam a rota migratória ou alimentar de animais, como a tartaruga.

Para tudo há pelo menos um paliativo, é preciso vontade de fazer a diferença.

[*] Gabriela Almeida, Especialista em Licenciamento Ambiental, Mestre e Doutora em Biotecnologia Industrial, Consultora Ambiental, Palestrante, Colunista de artigos ambientais e Comentarista Técnica Ambiental de Rádio e TV.


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