3E's: Empreendedorismo, escolhas e essência
Treinamentos em Jundiaí, SP
3E's: Empreendedorismo, escolhas e essência
Visito com frequência uma cidade da Serra da Mantiqueira, pela natureza, pela beleza e pelas boas opções culinárias. E, de tanto ir lá, já tenho meu roteiro dileto: sábado no restaurante do Fernando, domingo, no do Francesco (ou vice-versa). O que importa é ir aos dois. Já levamos e indicamos a amigos e é consenso que escolher entre um ou outro é quase inviável.
Mas esse post não é exatamente sobre escolhas gastronômicas, e sim sobre o que ousei resumir em 3 E's: empreendedorismo, escolhas e essência. Explico contando mais sobre esses dois personagens.
Fernando é um super empreendedor. Começou seu negócio vendendo mudas de frutas vermelhas, passou a plantar uvas para fazer vinho em pequena escala, montou quatro mesas para servir almoço aos fins de semana, aumentou o número de mesas, passou a plantar lúpulo para uma cervejaria importante da região, aumentou a produção do vinho, sem perder de vista a proposta de ser biodinâmico e natural. Só por essa enumeração, percebe-se sua potência empreendedora.
Nessa última visita, havia ainda mais mesas de almoço, restaurante cheio, diversas opções de pratos, servidos sempre com base no conceito de slow food e com o apoio de diversos profissionais de sua equipe. Agora, até hospedagem na propriedade existe. Tudo isso é fruto de muitas escolhas que Rodrigo fez, provavelmente em conjunto com mais pessoas envolvidas no negócio. O fato é que, para quem frequenta, o crescimento do negócio salta aos olhos, sem perder a essência.
Francesco, aos olhos de quem frequenta seu restaurante há alguns bons anos, é o empreendedor familiar, que te recebe como se fosse da família: ele senta à mesa com quem lhe dá essa abertura (e nós damos), conversa, conta história, vai buscar ingrediente no mercado de moto e volta para terminar o prato, canta enquanto cozinha, permite que você use as panelas dele para esquentar a comida do bebê, não se importa de o cliente chegar às 16h para almoçar.
Antes de ir para lá, costumamos ligar para pedir o prato predileto, porque o cardápio pode variar, mas tem coisas que queremos sempre iguais, como o filé à marsala. Resumindo: você se sente parte da família, afinal, é a família dele que atende o salão e ele quem faz a comida, bem ao estilo italiano.
E volto dessa viagem reflexiva: às vezes, o empreendedor pode ter o ímpeto de ser Fernando ou Francesco, ou um Francesco olhar para um Fernando e não se achar tão bem sucedido; ou um Fernando invejar a leveza do Francesco. Mas, mais do que ímpetos e julgamentos de valor, que nada agregam ao empreender em si, é preciso ter consciência das escolhas e como estas são fruto de história de vida, valores, personalidade, propósito, essência. Cada um, a seu modo, mantém sua essência, faz suas escolhas e empreende.
Os turistas agradecem a diversidade e, a turista aqui, sempre volta de lá com reflexões como essa, além de algumas boas calorias para queimar ao longo da semana.